Cem visitadores de todo o Brasil foram premiados pelas fundações Bernard van Leer e Maria Cecília Souto Vidigal por adaptarem suas práticas de apoio a famílias com bebês e crianças pequenas durante a pandemia.
Em todo o país, programas de visita domiciliar tiveram que se reinventar diante das restrições sanitárias impostas pela COVID-19. Com o aumento significativo das adversidades sociais e econômicas, essa estratégia de atendimento à população se tornou indispensável para conectar famílias em situação de risco com a rede de serviços públicos. Por meio de abordagens qualificadas e intersetoriais, a visitação promove proteção, cuidado e fortalecimento dos vínculos familiares para o desenvolvimento integral na primeira infância, tornando-se capaz de reduzir níveis de violência e pobreza.
O Prêmio Parentalidade: Boas Práticas de Visitadores na Pandemia buscou reconhecer e dar visibilidade ao trabalho desses profissionais, inspirando gestores e equipes de visitação na implementação dessa política pública. Entre as 415 inscrições, de todas as regiões do país, 100 experiências foram selecionadas, dando origem a um banco de ideias, reunidas na publicação “Parentalidade: Prática de Visitadores Adaptadas à Pandemia”.
O projeto também resultou em uma série de 4 vídeos e um infográfico, que destaca a presença majoritária de mulheres vencedoras (92%). O nordeste lidera as adaptações de sucesso durante a pandemia (47%), seguido pela região Sudeste (25%). Além disso, 85% das iniciativas fazem parte do Programa Criança Feliz, instituído pelo Governo Federal, em 2016.
É o caso da visitadora Antônia Rosana Souza Castro (Pentecoste, CE), que ajudou pais a desenvolverem habilidades como cuidadores responsivos. Antônia aproveitou o isolamento social para estimular a participação paterna por meio do brincar. “Todos que estão em casa devem colaborar, seja no cuidado da criança ou nas atividades domésticas”, orienta. Esta é uma das 10 histórias inspiradoras que receberam destaque na publicação. O prêmio e os materiais de divulgação foram realizados em parceria com a organização ponteAponte.
As experiências premiadas reforçaram o papel do acompanhamento remoto, por meio de tecnologias como internet e smartphones para acesso em maior escala. Apesar disso, a natureza temporária das contratações dos visitadores e as restrições de acesso à rede de telecomunicações ainda aparecem como desafios estruturais evidentes para a manutenção e o aprimoramento das estratégias dos programas de visita domiciliar em todo o Brasil.
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