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Olhe, escute, pergunte, imagine, crie

A “reconquista do espaço público” foi o tema central do encontro Placemaking Latinoamérica, que se realizou de 6 a 10 de novembro em Valparaíso (Chile), como parte da XX Bienal Chilena de Arquitetura – um encontro internacional de “Inovação Urbana Cidadã”. Desde o primeiro encontro, em Detroit, em 2013, foram realizados fóruns de lideranças do tema em cidades de todo o mundo. Este ano, ocorreram eventos em Amsterdã e Nairóbi, e o de Valparaíso foi o primeiro a acontecer em uma cidade latino-americana. Ele foi organizado pela ONG “Espacio Lúdico” e patrocinado pela Organização Project for Public Spaces, Fundação Avina, ONU-Habitat e a Comunidade Civic Wise.

A “reconquista do espaço público” foi o tema central do encontro Placemaking Latinoamérica, que se realizou de 6 a 10 de novembro em Valparaíso (Chile), como parte da XX Bienal Chilena de Arquitetura – um encontro internacional de “Inovação Urbana Cidadã”. Desde o primeiro encontro, em Detroit, em 2013, foram realizados fóruns de lideranças do tema em cidades de todo o mundo. Este ano, ocorreram eventos em Amsterdã e Nairóbi, e o de Valparaíso foi o primeiro a acontecer em uma cidade latino-americana. Ele foi organizado pela ONG “Espacio Lúdico” e patrocinado pela Organização Project for Public Spaces, Fundação Avina, ONU-Habitat e a Comunidade Civic Wise.

Placemaking é um conceito que significa reimaginar, reinventar e recuperar coletivamente os espaços públicos de acordo com as necessidades e os sonhos da comunidade, compartilhando e facilitando o uso criativo de espaços comuns (bairros, parques, praças, ruas, edifícios públicos) que contribuem para a coexistência entre as pessoas, seu bem-estar e felicidade.

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O encontro em Valparaíso foi uma ocasião para a discussão e o debate do Movimento Placemaking na América Latina. A importância das crianças como cidadãs urbanas foi tema principal em muitas apresentações. Tive a oportunidade de apresentar a estratégia Urban95 da Fundação para líderes placemaking e ativistas urbanos de cidades de países como EUA, Austrália, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela, interessados em pesquisar, pensar, aprender, criar e experimentar alternativas para o uso de espaços públicos e cidades.

Antes de explicar as principais diretrizes de Urban95 e o conceito de “Zona Prioritária para Crianças” (the Child Priority Zone), lancei um desafio: alguém sabe o que significa “pobreza de tempo”? Ninguém levantou a mão para responder. Quando pensamos sobre placemaking, sobre bons espaços urbanos, estamos conscientes da falta de tempo de pais e mães? Quem tem o privilégio de ter tempo pessoal? Quem vai desfrutar de nossos espaços urbanos? Basicamente, pessoas que têm tempo para o lazer. Famílias vulneráveis têm pouco tempo. E, se têm, há poucas opções para desfrutá-lo.

O ambiente urbano tem um impacto profundo nos primeiros 1.000 dias da criança, especialmente no primeiro ano de vida. O desenho urbano afeta nosso relacionamento com a cidade, nossa felicidade e saúde, nossos medos e percepções.

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Uma ação de placemaking que realizei em São Paulo em 2015, com crianças de famílias que ocuparam edifícios do centro da cidade, e que sofriam falta liberdade e de espaço para brincar: o deck de madeira de 8m x 8m foi projetado por Jan Gehl.

Ethan Kent, da Organização Project for Public Spaces (Projetos para Espaços Públicos), deu uma ótima palestra sobre placemaking. Gostei de conhecê-lo, e acabei por envolvê-lo na discussão sobre Urban95, o que resultou num dos muitos bate-papos produtivos que aconteceram durante o evento. Project for Public Spaces é uma organização que tem 40 anos de experiência em ajudar cidadãos a transformar seus espaços públicos em espaços vitais, valorizando os recursos locais, revitalizando o entorno e atendendo às necessidades comuns dos cidadãos.

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Tivemos plenárias, sessões, workshops e visitas de campo (chamadas de “drifts urbanos”, ou “desvios urbanos”) em uma bela cidade como Valparaíso. No entanto, a grande questão permanece: o que precisa ser feito com os espaços urbanos para promover a felicidade das pessoas? Vamos pensar juntos sobre isso: colocar as crianças em primeiro lugar deve ser a nossa maior prioridade.


Irene Quintáns - Bernard van Leer FoundationIrene Quintáns trabalhou na Prefeitura de Barcelona e na SEHAB – Secretaria Municipal de Habitação em São Paulo (especialmente focada no Programa de Urbanização de Favelas, premiado pela ONU – Habitat Scroll of Honour, em 2012). Consultora de planejamento urbano, especializada em projetos e redes educacionais relacionadas a questões urbanas, com uma especial atenção a crianças e jovens. Fundadora e diretora da Rede OCARA – rede latino-americana de intercâmbio de experiências e projetos sobre cidade, arte, arquitetura e espaço urbano com crianças. Desde 2016, Irene trabalha como consultora para desenvolver a estratégia Urban95 da Fundação Bernard van Leer na América Latina e se juntou ao Harvard`s Executive Leadership Programme on Early Childhood Development em 2017.

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